Hoje o campo semântico é o mesmo e o most wanted do dia merece destaque não pela cor, mas pelo estilo artístico como é retratado. Coisa fina. Impressionante para um artista cujo ateliê é uma escrivaninha na Polícia Civil.
Tiraram o gurizão de Bauhaus e perguntaram: "sabes desenhar um rosto?"
Descrição da obra:
Título: O Suspeito
Autor: Desenhista da Polícia Civil de SP
Técnica: Lápis 6B (Faber-Castell) sobre papel sulfite branco 75g
Ano: 2011
O que assusta, além o notável talento do desenhista, é que podemos concluir que o traço, ângulo, sombra, expressão do olhar do suspeito trazem a tona uma forte influência impressionista. E quem foi o rei do impressionismo? Ele mesmo, meus senhores. O próprio Vincent Van Gogh, o Vangas, para os chegados:
Notável semelhança entre Autorretrato, de Van Gogh, e de O Suspeito, do desenhista da Civil
Nossa análise artística seria puramente superficial se parasse por aqui. É visível que além de chupinhar o que há de mais belo e genial do final do século XIX, o desenhista ousa recriar e adaptar o estilo ao mundo atual. Coisa de gênio.
E onde mais poderíamos encontrar um rosto com estas feições, olhos grandes e brilhantes num mundo sem cor, a lápis? Num mangá (história em quadrinho no estilo japonês), senhores!
E quem foi o maior artista da história em quadrinhos no Brasil, aquele que arraigou sua turminha em nossa cultura, na nossa infância e que abandonou suas raízes para lucrar com mercado de consumo frenético da geração mangá?
Indico que comecem as buscas do suspeito num mangá da Turma da Mônica Jovem, o que há de mais moderno em niponização da cultura brasileira:
"Não vi, mas com essa cara o bicho deve tá por aí..."
Para folhear a revista, digo, mangá ocidentalizado, acesse o site da turminha, confira as edições e veja se encontra alguém parecido com o suspeito. Alías, faça melhor: passe na Polícia Civil de São Paulo e procure o top 10 dos mais procurados, assim você já acha todo mundo num lugar só.
Boa sorte.
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